Seguidores

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Em Algum Momento da Vida

Em algum momento da vida paramos para pensar no que somos e se realmente somos o que pensamos. No meu caso, sou alguém que só tem uma certeza: o amor à música. O que sou ou quem sou pra mim é muito difícil definir. Por vezes penso que não sou nada, até lembrar que música é vida e se ela existe em mim então represento algo importante.
Mas, para ilustrar melhor o que a música significa na minha vida, vou contar um pouquinho da minha história com ela e o que até agora eu aprendi... Logo cedo fomos apresentados. Eu era criança e ela há muito tempo existia, encantava as pessoas, embalava a tristeza fazendo-a adormecer e acalmava a alma. Chego a pensar que devo a ela o fato de existir, pois sendo amiga de meus pais, tornou-se a mais fiel companheira quando iniciaram a vida de casal. Nem sei se é certo dizer que só assim ela entrou em minha vida. Às vezes sinto que nasci por ela, sou parte de algo que representa tudo em mim.
E já que em tudo existe, a música me convidou para viajar num mundo de sensações e me ensinar que ouvir é maior que escutar, cantar é mais belo que falar, que oferecer músicas representa mais que ofertar presentes, pois presentes são esquecidos, músicas são lembradas. Mas o principal que a música me mostrou foi que o sentimento não possui adjetivo que perfeitamente o explique e que sentir no máximo pode ser reproduzido por um sorriso ou uma lágrima, mas que ainda assim só quem sente sabe e é preciso permitir-se tentar sentir como os outros para de fato compreendê-los(entende?). Ainda que não consigamos isso é melhor que simplesmente ignorar o sentimento. Ela andou de mãos dadas comigo, acompanhou-me na infância e na adolescência e a amizade apenas cresceu. Hoje me ensina com serenidade cada nota da canção que tocaremos juntos por toda vida. Com ela aprendi a viajar pra dentro de mim, a tentar me conhecer e me entender e a desistir a cada dia disso. Aprendi a aceitar que sou louco por ela, pois a minha loucura não tem cura, mas também não maltrata, não fere e me faz bem. Não é por ser enlouquecido por ela que por vezes sofro. É por não poder tornar-me mais louco do que sou.Repito constantemente essa viagem em busca de minha música para quem sabe um dia, ser digno de tocá-la dentro dos outros e compor com eles melodias que transmitam a paz que sinto ao vivê-la. Com o tempo aprendi a buscar inspiração no que a vida me oferece. Aprendi que as tristezas podem transformar-se em músicas que transmitam paz, ainda que tenham sido compostas com lágrimas de dor. Afinal, quem ama a música como eu amo, sabe o mundo que ela representa e as portas que abre para que seja possível entender o mundo e aceitar os outros tendo a esperança de sermos melhores. Depende tudo da maneira como interpretamos a melodia que o mundo compõe todos os dias sem parar.